No último sábado (26), a cidade de Natal (RN) foi palco de um ato de violência que chocou o Brasil. Juliana Garcia, vítima de 61 socos desferidos por seu namorado Igor Cabral, foi agredida dentro do elevador de seu prédio, em um episódio que destaca a crescente violência contra mulheres no país. Igor foi preso em flagrante após o ataque, que foi registrado por câmeras de segurança.
Especialistas apontam que a brutalidade do ataque, com repetidos golpes no rosto da vítima, reflete uma cultura machista que busca desfigurar e dominar o corpo feminino. A promotora de Justiça Valéria Scarance, do Ministério Público de São Paulo, explica que agressores frequentemente atacam partes do corpo que simbolizam a feminilidade, como o rosto e os seios, como uma forma de reafirmar a posse e a superioridade sobre as mulheres.
Dados recentes do Anuário Brasileiro de Segurança Pública revelam que os feminicídios no Brasil aumentaram para 1.492 casos em 2024, o que equivale a quatro mortes de mulheres por dia. Além disso, as tentativas de feminicídio, como a de Juliana, cresceram 19% em relação ao ano anterior, evidenciando uma escalada alarmante da violência de gênero no país. Apesar de a legislação brasileira ser considerada uma das mais avançadas no combate ao feminicídio, a sociedade ainda enfrenta desafios significativos, incluindo o aumento de discursos misóginos e a resistência à igualdade de gênero.
A situação exige uma reflexão urgente sobre a cultura de violência e a necessidade de um engajamento coletivo para combater essa realidade. A luta contra o feminicídio e a violência de gênero continua sendo uma prioridade, com a sociedade cada vez mais atenta a esses casos que antes eram silenciados.