A Venezuela anunciou, nesta terça-feira (26), que começará a patrulhar suas águas territoriais com navios da Marinha e drones militares. Essa ação foi apresentada como uma resposta à mobilização dos Estados Unidos, que enviaram destróieres, um submarino nuclear e milhares de fuzileiros navais ao Caribe, alegando que o objetivo é combater o narcotráfico. Em um vídeo divulgado pelo regime, o ministro da Defesa, Vladimir Padrino, destacou que o país utilizará “drones com diferentes missões” e realizará patrulhas fluviais com a infantaria da Marinha no noroeste do território.
Na véspera, Nicolás Maduro já havia anunciado o envio de 15 mil soldados à fronteira com a Colômbia para operações antidrogas. Do lado americano, três destróieres lançadores de mísseis retomaram a navegação rumo à região após uma interrupção devido ao furacão Erin. Para a próxima semana, Washington planeja enviar um cruzador e um submarino, além de cerca de 4 mil fuzileiros navais, com o governo Trump afirmando que a operação visa cartéis de drogas que utilizam rotas do Caribe para transportar cocaína da América do Sul aos EUA.
O governo venezuelano levou a questão à ONU, pedindo que o secretário-geral António Guterres intervenha para “restabelecer o bom senso” e exigir a suspensão imediata da mobilização militar americana. A chancelaria venezuelana expressou preocupação com o uso de armas nucleares na região e solicitou que a América Latina e o Caribe sejam reafirmados como “zona de paz”. Apesar da retórica acirrada, analistas consideram improvável uma ofensiva direta contra a Venezuela.