A Venezuela anunciou nesta terça-feira, 26 de agosto, que iniciará patrulhas em suas águas territoriais utilizando navios da Marinha e drones militares. Essa ação foi apresentada como uma resposta ao envio de destróieres, um submarino nuclear e milhares de fuzileiros navais dos Estados Unidos ao Caribe, sob a justificativa de combater o narcotráfico. O ministro da Defesa, Vladimir Padrino, destacou que os drones terão “diferentes missões” e que haverá operações fluviais com a infantaria da Marinha no noroeste do país.
Na véspera, Nicolás Maduro havia anunciado o envio de 15 mil soldados à fronteira com a Colômbia para operações antidrogas. Do lado americano, três destróieres lançadores de mísseis retomaram a navegação rumo à região após uma interrupção devido ao furacão Erin. O governo Trump afirma que a operação tem como alvo cartéis de drogas que utilizam rotas do Caribe para transportar cocaína da América do Sul aos EUA, enquanto autoridades americanas classificam Maduro como “chefe de cartel narcoterrorista” e oferecem uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à sua prisão.
A Venezuela levou a questão à ONU, pedindo ao secretário-geral António Guterres que atue para “restabelecer o bom senso” e exija a suspensão imediata da mobilização militar americana. Além disso, o governo venezuelano expressou preocupação com o uso de armas nucleares na região e solicitou que a América Latina e o Caribe sejam reafirmados como “zona de paz”. Apesar das tensões, analistas consideram improvável uma ofensiva direta contra a Venezuela neste contexto.