A campanha de vacinação contra o HPV, direcionada a adolescentes de 15 a 19 anos, enfrenta sérios desafios no Brasil. Lançada em fevereiro pelo Ministério da Saúde, apenas 1,5% do público-alvo foi imunizado até agora, representando cerca de 106 mil jovens de um total estimado em 7 milhões. A iniciativa, que se estende até dezembro, busca alcançar aqueles que não foram vacinados na faixa etária recomendada de 9 a 14 anos.
A baixa adesão à vacina é motivo de preocupação para profissionais de saúde, especialmente considerando que o HPV é responsável por 99,7% dos casos de câncer do colo do útero. A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) expressa receio quanto ao cumprimento das metas da Organização Mundial da Saúde (OMS), que exige taxas de cobertura vacinal superiores a 90% para eliminar a doença nas próximas décadas. Atualmente, a taxa entre jovens de 9 a 14 anos é de aproximadamente 77%.
Além da necessidade urgente de aumentar a vacinação, a desinformação sobre o HPV e a vacina se destaca como um obstáculo significativo. Estudos revelam que muitos adolescentes e seus responsáveis desconhecem os benefícios da imunização e acreditam em mitos prejudiciais. Enquanto isso, outros países, como Austrália e Reino Unido, avançam na eliminação do câncer do colo do útero, evidenciando a urgência de ações eficazes no Brasil para reverter essa situação.