O complexo hidrelétrico Henry Borden, situado em Cubatão, São Paulo, é uma instalação estratégica que desempenha um papel vital no sistema nacional de energia. Com quase 100 anos de história, a usina foi inaugurada em 1926 e, por muito tempo, foi considerada a maior do Hemisfério Sul, com capacidade para gerar até 889 megawatts/hora, o que poderia abastecer cerca de 4,2 milhões de residências. Atualmente, a usina opera sob regulamentações ambientais que restringem seu funcionamento a situações emergenciais, mas ainda serve como uma reserva importante para o Sistema Interligado Nacional (SIN).
O complexo é composto por duas usinas, uma externa e outra subterrânea, que juntas possuem 14 grupos geradores. A usina externa é visível nas rodovias que levam ao litoral paulista, enquanto a parte subterrânea foi construída em uma caverna de grandes dimensões. Embora a capacidade máxima não seja utilizada diariamente, a Henry Borden é acionada sazonalmente pelo SIN para atender picos de demanda. Emerson Laube, coordenador de operações da usina, explica que a energia gerada é essencial para o abastecimento da região e destaca a importância histórica do complexo para o desenvolvimento industrial do estado de São Paulo.
A construção do complexo foi inovadora para sua época, utilizando um sistema de reversão dos rios da capital para gerar energia. Contudo, desde a década de 1980, a usina enfrenta desafios devido às crescentes restrições ambientais e à pressão dos movimentos ambientalistas. A legislação atual limita o bombeamento de águas poluídas para o reservatório Billings, o que impacta diretamente na operação da usina. Apesar disso, a Henry Borden continua sendo um marco da engenharia hidrelétrica e um ativo estratégico para a segurança energética do Brasil.

