A União Africana anunciou sua adesão à campanha Correct The Map, que visa substituir a projeção de Mercator, amplamente utilizada em mapas-múndis, por representações mais precisas. Essa projeção, criada no século XVI, distorce as dimensões dos continentes, fazendo com que o Hemisfério Norte pareça significativamente maior que o Hemisfério Sul, o que não reflete a realidade geográfica. A campanha busca conscientizar governos e instituições sobre a importância de adotar modelos mais justos, como o Equal Earth, que apresenta proporções mais realistas dos continentes.
Os criadores da campanha argumentam que a distorção não é apenas um erro geográfico, mas também uma questão de poder e confiança. A África, por exemplo, é 14 vezes maior que a Groenlândia, mas na projeção de Mercator, os dois parecem ter tamanhos semelhantes. Além disso, o Brasil aparece como se fosse do tamanho do Alasca, quando na verdade é cinco vezes maior. Essa imprecisão perpetua uma visão distorcida do mundo e ignora a rica diversidade dos países africanos.
Com a adesão da União Africana, a campanha ganha força e visibilidade, estimulando uma discussão global sobre a necessidade de revisitar e corrigir as representações cartográficas. A mudança proposta não se limita apenas à precisão geográfica; ela também busca promover justiça e respeito aos povos africanos, desafiando narrativas históricas que têm sido mantidas por séculos. A adoção de novos modelos cartográficos pode contribuir para uma compreensão mais equitativa do mundo em que vivemos.