A rede de farmácias Ultrafarma, liderada pelo empresário Sidney Oliveira, enfrenta graves acusações de sonegação fiscal, com alegações de que a empresa teria sonegado até 60% de suas vendas. As informações foram reveladas por Manoel Conde Neto, ex-dono da Farma Conde, em delação ao Ministério Público de São Paulo e divulgadas no programa Fantástico da TV Globo no último domingo (17). A denúncia levou à abertura de uma investigação sobre um esquema bilionário de restituições fraudulentas de ICMS, envolvendo diversas empresas do varejo e servidores públicos.
Conde afirmou que a Ultrafarma praticava preços inexplicáveis e que a sonegação era evidente. O auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto é apontado como peça central do esquema, utilizando sua posição para aprovar processos de restituição em troca de comissões elevadas. Ele tinha acesso ao certificado digital da Ultrafarma, o que lhe permitia realizar pedidos de restituição diretamente em nome da empresa. Sidney Oliveira já confessou a fraude e firmou um acordo com o Ministério Público para evitar processo criminal.
Além da Ultrafarma, a investigação também envolve a Fast Shop, cujo diretor foi preso preventivamente. O Ministério Público estima que mais de R$ 1 bilhão tenha sido movimentado em reembolsos irregulares. A Ultrafarma nega qualquer irregularidade e afirma estar colaborando com as investigações para provar sua inocência. O desdobramento desse caso pode ter implicações significativas para o setor varejista e para a fiscalização tributária no Brasil.