Em agosto de 2024, a ex-engenheira biomédica Erica Kahn, de 33 anos, viveu um episódio inusitado durante suas férias no Parque Nacional Glen Canyon, no Arizona. A turista foi mordida por um morcego que pousou em seu rosto, levando-a a buscar atendimento médico imediato para receber vacinas contra a raiva, mesmo sem ter certeza da mordida. O tratamento, no entanto, resultou em uma dívida de mais de US$ 20 mil (aproximadamente R$ 110 mil), devido à negativa de reembolso de sua seguradora.
Erica, que havia sido demitida recentemente e estava sem plano de saúde, contratou uma nova seguradora após o incidente. Contudo, a empresa alegou que o tratamento não seria coberto, pois o plano tinha um período de carência de 30 dias, que não foi cumprido. A ex-engenheira recebeu quatro doses da vacina contra raiva e três aplicações de imunoglobulina, totalizando cerca de US$ 17 mil apenas no hospital de Flagstaff, Arizona.
A situação se agravou quando Erica tentou contestar a negativa da seguradora, mas não obteve sucesso. Especialistas alertam que o plano adquirido por ela é do tipo "indenizatório fixo", que limita os valores pagos por atendimento e não cobre emergências com retroatividade. Apesar de ter a opção de continuar no plano da antiga empresa por meio do sistema COBRA, Erica não sabia que tinha até 60 dias para aderir com cobertura retroativa.
"É um aprendizado caro", afirmou Erica, que, apesar do trauma e da dívida, ainda consegue rir da situação. "Agora eu sei o gosto de um morcego. É algo terroso, adocicado… até seria engraçado, se não fosse pela conta absurda que veio depois."