O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a demissão de Lisa Cook, membro do conselho do Federal Reserve (Fed), alegando ‘justa causa’ em decorrência de uma acusação de fraude hipotecária. Cook, que se tornou a primeira mulher negra a ocupar um cargo no conselho do Fed, contestou a decisão, afirmando que Trump não tem autoridade para removê-la e que permanecerá em suas funções. A situação promete se transformar em uma batalha judicial sem precedentes sobre a independência do banco central mais influente do mundo.
A legislação americana estabelece que os diretores do Fed só podem ser afastados por ‘justa causa’, um conceito que historicamente se refere a má conduta ou negligência grave. A justificativa apresentada por Trump, baseada em uma acusação ainda não formalizada, levanta questões sobre a legalidade da demissão. Especialistas em direito e economia apontam que não há evidências concretas que sustentem a alegação de Trump, citando precedentes da Suprema Corte que protegem a autonomia de órgãos reguladores como o Fed.
Caso a demissão de Cook seja confirmada, isso poderá permitir que Trump consolide sua influência sobre o Fed, afetando decisões cruciais relacionadas à política monetária e à gestão financeira dos EUA. A senadora Elizabeth Warren criticou a tentativa de demissão como uma ação autoritária que viola a Lei do Federal Reserve. A situação está em evolução e pode levar a um desfecho significativo para a relação entre o governo e o banco central americano.