O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou na última sexta-feira (1º) que Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, "pode falar comigo quando quiser". A afirmação foi feita durante uma coletiva de imprensa na Casa Branca e ocorre em um contexto de tensão diplomática entre os dois países, exacerbada por tarifas comerciais e sanções direcionadas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O governo brasileiro, por meio do Itamaraty, recebeu a declaração com cautela, considerando-a um gesto simbólico, mas insuficiente para estabelecer um canal de diálogo efetivo. Diplomatas ressaltam que a comunicação entre líderes exige articulação prévia e definição de pautas, o que ainda não foi realizado. A relação entre Brasil e Estados Unidos se deteriorou após Trump anunciar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, alegando que práticas do governo Lula prejudicariam empresas americanas.
Em resposta, Lula afirmou em suas redes sociais que o Brasil está "sempre aberto ao diálogo", mas que as decisões sobre o país são tomadas por brasileiros e suas instituições. A fala foi interpretada como uma defesa da autonomia do Brasil em relação a pressões externas. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou uma reunião com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, para discutir as tarifas e as sanções a Moraes, enfatizando a importância de esclarecer os impactos da medida e retomar negociações.
Embora ainda não haja previsão de um encontro presencial entre Lula e Trump, aliados do presidente brasileiro consideram que uma conversa telefônica poderia evitar desgastes públicos. Nos bastidores, há movimentações diplomáticas, como o recente encontro entre o chanceler Mauro Vieira e o secretário de Estado americano, Marco Rubio, que pode sinalizar um caminho para a resolução das tensões comerciais entre os dois países.