O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a possibilidade de redistribuir parte das receitas obtidas com tarifas impostas a países como China, Índia, México e Brasil, durante um evento realizado em Ohio. A proposta visa beneficiar americanos de baixa e média renda, criando um programa semelhante ao Bolsa Família brasileiro, com o intuito de mitigar os impactos econômicos das tarifas, que têm elevado os preços de produtos importados.
As tarifas, que geraram mais de 90 bilhões de dólares em arrecadação nos primeiros sete meses de 2025, têm afetado principalmente a China e o Brasil. Especialistas em política comercial consideram a proposta uma medida inusitada, que necessitaria da aprovação do Congresso, atualmente dividido entre republicanos e democratas. Analistas apontam que a iniciativa pode ter um viés eleitoral, visando conquistar o apoio do eleitorado operário dos estados do Rust Belt, que enfrentam inflação e perda de competitividade industrial.
A proposta gerou críticas e foi classificada como populista, com comentaristas sugerindo que, em vez de redistribuir receitas tarifárias, Trump deveria focar em negociar as tarifas para evitar os efeitos negativos sobre a população americana. A falta de um planejamento claro e a comparação com o Bolsa Família, que enfrenta críticas por ser uma solução paliativa, foram pontos destacados por analistas. A expectativa é que a proposta, ainda sem formalização, seja vista como uma tentativa de melhorar a popularidade de Trump em um cenário econômico desafiador.