O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a pressionar o líder ucraniano Volodymyr Zelensky a aceitar um acordo de paz com a Rússia, reacendendo tensões às vésperas da reunião entre os dois líderes nesta segunda-feira (18), na Casa Branca. Trump, que busca anunciar um cessar-fogo na guerra, defende que a Ucrânia aceite condições impostas por Moscou: manter a Crimeia sob domínio russo, abrir mão de regiões do leste ocupadas e abandonar o processo de adesão à Otan. Em publicação na rede Truth Social, o republicano escreveu que Zelensky “pode encerrar a guerra quase imediatamente, se quiser, ou continuar lutando”. O posicionamento foi interpretado como um gesto favorável ao presidente russo, Vladimir Putin, com quem Trump se reuniu na sexta-feira (15), no Alasca.
De acordo com fontes próximas às negociações, a proposta russa prevê congelar as atuais linhas de frente em troca do reconhecimento internacional da anexação da Crimeia e de áreas de Donetsk, Lugansk e Zaporizhzhia. Em contrapartida, Moscou aceitaria discutir garantias de segurança para Kiev, sem presença de forças de paz estrangeiras. Zelensky, já em Washington, rejeitou a ideia de ceder territórios. Em mensagens publicadas nas redes sociais, afirmou que “os ucranianos estão lutando por sua terra e independência” e que “a Rússia não deve ser premiada por sua invasão”. O presidente ucraniano também destacou que qualquer paz precisa ser “rápida e duradoura”, diferente do acordo de 2014, quando a Crimeia foi anexada por Moscou e usada como “trampolim para novos ataques”.
O encontro entre os dois presidentes está marcado para 14h15 (horário de Brasília), no Salão Oval. Após a reunião a sós, Trump receberá líderes do Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Finlândia, além do secretário-geral da Otan, Mark Rutte, e da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. A expectativa é que a proposta discutida com Putin seja colocada oficialmente à mesa. Enquanto as negociações avançam nos bastidores, os combates continuam na Ucrânia. No domingo, ataques russos mataram ao menos dez pessoas em Kharkiv e Zaporizhzhia. Em resposta, forças ucranianas atingiram uma estação do oleoduto Drujba, afetando o fornecimento de petróleo à Hungria e à Eslováquia.