Donald Trump intensifica sua ofensiva contra o Federal Reserve, buscando controle sobre a política monetária dos Estados Unidos. Na terça-feira (26), ele afirmou estar preparado para demitir a diretora Lisa Cook e espera obter uma maioria no conselho do Fed, o que poderia acelerar sua campanha por juros mais baixos. Essa estratégia, segundo Trump, economizaria “centenas de bilhões de dólares” ao país, mas levanta preocupações sobre a interferência política na instituição.
A escalada da pressão de Trump ocorre em um contexto de crescente endividamento público, impulsionado por déficits orçamentários e taxas de juros elevadas. Economistas alertam que a solução correta seria reduzir gastos ou aumentar impostos, e não pressionar o Fed a baixar artificialmente as taxas de juros. Essa abordagem arriscada pode comprometer a missão do banco central de controlar a inflação, levando os EUA a um cenário de ‘dominância fiscal’, onde a política monetária é influenciada por necessidades fiscais.
Com o mandato do presidente do Fed, Jerome Powell, terminando em maio, Trump já indicou seu conselheiro econômico Stephen Miran para uma vaga no conselho e pode reformular a instituição. Analistas temem que essa mudança de foco do Fed possa desestabilizar a moeda americana e aumentar os juros dos títulos, além de estimular o interesse por criptomoedas e ouro. A situação exige atenção redobrada dos investidores diante das possíveis consequências dessa interferência na política monetária.