O governo de Donald Trump está atualmente em negociações para adquirir cerca de 10% de participação na Intel, conforme informações de um funcionário da Casa Branca. Se concretizada, essa aquisição poderia posicionar os Estados Unidos como o maior acionista da fabricante de chips, em um contexto onde a empresa enfrenta dificuldades financeiras e operacionais significativas. A administração está considerando converter parte dos subsídios do Chips and Science Act, que totalizam US$ 10,9 bilhões, em ações da Intel, cuja avaliação de mercado para essa fatia é de aproximadamente US$ 10,5 bilhões.
A Intel, que recebeu US$ 2,2 bilhões até janeiro deste ano, luta contra vendas estagnadas e prejuízos recorrentes, enquanto seu novo CEO, Lip-Bu Tan, tenta implementar uma reestruturação focada em cortes de custos. A possibilidade de um investimento federal inicialmente impulsionou as ações da empresa, mas as negociações recentes resultaram em uma queda de 3% nos papéis. O governo Trump vê a recuperação da Intel como estratégica para reverter a migração da produção de chips para a Ásia e garantir a fabricação de semicondutores avançados nos Estados Unidos.
Caso o plano avance, a Intel não receberá necessariamente mais recursos do que já estava previsto, mas sim em um ritmo acelerado. A situação da empresa preocupa Washington há anos, especialmente com a ascensão da Taiwan Semiconductor Manufacturing Co. (TSMC) como líder mundial no setor. A discussão sobre a participação acionária na Intel se insere em um padrão mais amplo de intervenção governamental em setores estratégicos, refletindo uma mudança na abordagem do governo em relação à indústria de tecnologia e semicondutores.