Em 30 de julho, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto que estabelece uma tarifa de 50% sobre uma ampla gama de produtos brasileiros, gerando reações imediatas nos mercados financeiros. O Ibovespa registrou queda, enquanto o dólar teve alta, refletindo a preocupação dos investidores com as implicações dessa medida. Entre as quase 700 exceções à taxação, destacam-se a laranja e o petróleo, que despertaram interesse por suas implicações econômicas e geopolíticas.
A decisão de isentar a laranja e o petróleo da nova tarifa não foi meramente simbólica, mas uma estratégia calculada. O Brasil é responsável por mais de 80% das exportações globais de suco de laranja, e os Estados Unidos são o segundo maior comprador, o que torna a dependência do suco brasileiro crucial para a indústria americana de bebidas. A taxação da laranja poderia elevar os preços e agravar a inflação, algo que a política comercial de Trump busca evitar.
No caso do petróleo, o Brasil se consolidou como um fornecedor importante, especialmente com a produção do pré-sal, representando 18,85% das exportações brasileiras para os EUA em 2024. A dependência de petróleo brasileiro por parte das refinarias americanas, que buscam garantir segurança energética e flexibilidade logística, também contribuiu para a decisão de isentar esse produto da tarifa. Assim, a escolha de Trump reflete não apenas uma estratégia econômica, mas também um cálculo político para evitar descontentamento entre sua base eleitoral.