Na última sexta-feira (1º), o ex-presidente Donald Trump anunciou a demissão de Erika McEntarfer, chefe do Bureau of Labor Statistics (BLS), agência responsável pela divulgação dos dados mensais de emprego nos Estados Unidos. A decisão ocorreu após a divulgação de relatórios que indicaram uma desaceleração nas contratações em julho e revisões para baixo nos meses anteriores, o que gerou descontentamento em Trump, que a acusou de manipulação de dados sem apresentar evidências.
Erika McEntarfer, que ocupava o cargo há um ano e meio, foi indicada por Joe Biden e possui uma sólida formação acadêmica em economia, incluindo um doutorado pela Virginia Tech. Sua experiência inclui passagens pelo Census Bureau e pelo Departamento do Tesouro. A demissão foi anunciada por Trump em sua rede social, onde afirmou que a substituição por alguém mais competente seria imediata.
A decisão de Trump gerou reações negativas entre antigos colegas de McEntarfer. William Beach, ex-líder do BLS, descreveu a demissão como "sem fundamento" e um "precedente perigoso" que compromete a missão estatística da agência. Outros economistas, como Sarah J. Glynn e Heather Boushey, ressaltaram a reputação de McEntarfer como uma profissional focada na precisão dos dados, sem envolvimento político em seu trabalho.
McEntarfer foi confirmada no cargo em 2023 com um amplo apoio bipartidário no Senado, refletindo sua qualificação para liderar a agência em um período de mudanças significativas. O grupo Friends of the BLS, composto por ex-comissários e economistas, defendeu sua nomeação, destacando sua vasta experiência em pesquisa e estatística como essencial para enfrentar os desafios da agência.