O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira (25) a demissão de Lisa Cook, integrante do Conselho de Governadores do Federal Reserve (Fed). Essa decisão sem precedentes levanta questionamentos sobre a legalidade da medida e a independência da autoridade monetária americana. Cook, indicada em 2022 pelo então presidente Joe Biden, era a primeira mulher negra a ocupar uma cadeira no Fed e seu mandato se estendia até 2038.
A Casa Branca justifica a demissão alegando que Cook teria cometido fraude hipotecária ao declarar duas residências como principais para obter melhores condições em empréstimos. O Departamento de Justiça está analisando o caso, mas até o momento não há condenações ou provas formais apresentadas. Juristas contestam a justificativa de Trump, afirmando que a legislação permite a demissão de diretores do Fed apenas por “justa causa” comprovada, como negligência ou má conduta.
A saída de Cook pode abrir caminho para uma disputa judicial sobre os limites do poder presidencial e a autonomia do banco central mais influente do mundo. Com essa mudança, Trump tem a oportunidade de indicar um substituto alinhado ao governo, potencialmente garantindo uma maioria no conselho do Fed e facilitando cortes na taxa de juros, uma demanda constante do presidente. A situação gera incertezas sobre o futuro da política monetária nos Estados Unidos e o impacto na economia global.