O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, demitiu na última sexta-feira (1º) Erika McEntarfer, chefe do Departamento de Estatísticas do Trabalho (BLS), após a divulgação de números de emprego considerados insatisfatórios. A decisão, que marca uma intervenção incomum na história das estatísticas econômicas do país, levanta preocupações sobre a integridade e a independência dos dados governamentais.
A demissão de McEntarfer foi confirmada pelo Senado e ocorre em um contexto onde a manipulação de dados já causou crises em outros países, como Grécia e Argentina. Especialistas alertam que a interferência política em estatísticas econômicas pode prejudicar a credibilidade internacional e a eficácia das políticas públicas. Janet Yellen, ex-secretária do Tesouro, criticou a ação de Trump, afirmando que tal comportamento não é esperado em uma economia avançada.
O BLS, que opera sob o Departamento do Trabalho, é responsável pela produção de dados essenciais sobre emprego e inflação, fundamentais para a tomada de decisões econômicas. Economistas ressaltam que a qualidade e a independência desses dados são cruciais para o funcionamento adequado tanto do setor público quanto do privado. Apesar da demissão, o substituto interino, William J. Wiatrowski, é um funcionário respeitado, e os métodos de coleta de dados devem permanecer inalterados, segundo especialistas.
No entanto, a situação gerou incertezas sobre o futuro das estatísticas econômicas nos Estados Unidos. Questionamentos sobre a influência política nos dados já começam a surgir entre analistas e acadêmicos, que temem que a confiança nas informações oficiais possa ser comprometida.