O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira que o governo norte-americano assumirá uma participação de 10% na Intel, uma medida que representa uma intervenção sem precedentes em assuntos corporativos. As ações da fabricante de chips subiram mais de 6% após o anúncio, embora a Intel tenha optado por não comentar sobre o acordo. Essa decisão surge algumas semanas após Trump ter solicitado a renúncia do CEO da Intel, Lip-Bu Tan, devido a relações consideradas conflituosas com empresas chinesas.
Analistas indicam que o apoio do governo pode proporcionar à Intel uma oportunidade de recuperar seus negócios de produção de chips sob encomenda, apesar dos desafios enfrentados pela empresa, como um portfólio de produtos fraco e dificuldades em atrair novos clientes para suas fábricas. Desde que Tan assumiu a liderança da Intel em março, a companhia registrou um prejuízo de US$ 18,8 bilhões em 2024, marcando seu primeiro resultado negativo desde 1986. O último ano fiscal com fluxo de caixa livre positivo foi em 2021.
A abordagem de Trump em relação à segurança nacional tem sido notável, com esforços para firmar acordos multibilionários no setor de chips e minerais essenciais. Além do acordo com a Intel, o presidente também pressionou por parcerias com outras empresas, como a Nvidia e a mineradora MP Materials. O futuro da Intel dependerá não apenas do suporte governamental, mas também de sua capacidade de inovar e se adaptar às demandas do mercado.