O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elevou o tom contra países que discutem taxação ou regulação das grandes empresas de tecnologia americanas. Em postagem na sua rede Truth Social na noite de segunda-feira (25), ele afirmou que qualquer nação que criar “taxação, legislação, regras ou regulações digitais” contra as big techs sofrerá tarifas adicionais sobre exportações para os EUA e restrições na importação de chips avançados. Essa ameaça atinge diretamente países como o Brasil, que já enfrenta a maior tarifa do mundo, de 50%, apesar de uma longa lista de exceções.
Trump deixou claro que Washington está disposto a usar chips e semicondutores como arma de pressão em um momento em que empresas como Nvidia e AMD dependem da liberdade de exportação para manter sua competitividade global. O Brasil é mencionado implicitamente no centro dessa discussão, já que o governo Lula planeja enviar ao Congresso projetos de lei para regular as cinco maiores big techs e coibir crimes digitais. Essas iniciativas já motivaram queixas do Information Technology Industry Council (ITI), que representa gigantes como Amazon e Google.
Em resposta à ameaça de Trump, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil é um país soberano e que as empresas estrangeiras devem se adequar à legislação local. Lula criticou a postura de Trump, chamando-o de “imperador do planeta terra”, e reiterou a intenção do Brasil de seguir com a regulação das plataformas digitais. A situação destaca um crescente atrito nas relações comerciais entre os EUA e o Brasil, especialmente em um contexto onde a proteção das empresas americanas se torna uma prioridade para Washington.