O ‘Trem da Morte’, que historicamente ligava Três Lagoas (MS) a Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, agora se tornou uma atração turística em Campinas (SP). Nove vagões, fabricados entre as décadas de 1930 e 1940, foram restaurados e estão disponíveis para passeios na Estação Anhumas, após um processo de recuperação que durou quatro meses e buscou preservar suas características originais.
O apelido ‘Trem da Morte’ remete às precárias condições enfrentadas pelos passageiros durante suas viagens, especialmente no trecho boliviano, onde a falta de higiene e os descarrilamentos eram comuns. O historiador Henrique Annunziata explica que a construção da ferrovia na Bolívia foi marcada por dificuldades geológicas e a morte de muitos trabalhadores, o que contribuiu para a má fama do trem.
Atualmente, a restauração dos vagões é vista como uma forma de resgatar a memória ferroviária da América do Sul e proporcionar aos turistas uma experiência única. A Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF) desempenha um papel crucial nesse processo, garantindo que a história do ‘Trem da Morte’ seja contada e lembrada pelas novas gerações.