O Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia (TRE-RO) reconheceu, pela primeira vez, fraudes na cota de gênero e cassou os diplomas de dois vereadores eleitos nas últimas eleições, afetando os municípios de Vilhena e Rolim de Moura. As decisões foram tomadas após investigações do Ministério Público Eleitoral, que identificou candidaturas fictícias, registradas apenas para atender à exigência legal de participação feminina nas chapas.
Em Vilhena, o vereador Gabriel Afonso Graebin teve seu diploma cassado, enquanto a candidata Odinéia Gomes Pereira, conhecida como "Néia Gomes", foi declarada inelegível por oito anos, não recebendo nenhum voto. A Justiça Eleitoral rejeitou todas as defesas apresentadas. Gabriel, de 19 anos, é um dos mais jovens vereadores eleitos em Rondônia e vem de uma família com longa tradição política.
No município de Rolim de Moura, a candidata Ane Karoline dos Santos Soares admitiu não ter realizado campanha e obteve apenas dois votos, sendo também declarada inelegível por oito anos. Além disso, as candidaturas de Ana Caroline Cardoso de Azevedo e Lucilene Dias, ambas do Podemos, foram consideradas irregulares, resultando na cassação do vereador Marcelo Henrique Belgamazzi, que criticou a decisão, alegando que a Justiça Eleitoral prejudica a participação feminina na política.
Os vereadores afetados ainda podem recorrer das decisões. Enquanto Gabriel Graebin continua a participar das sessões da Câmara de Vilhena, o presidente do Podemos em Rolim de Moura, Júnior Banck, afirmou que o partido se manifestará após o término dos recursos. Ana Caroline Azevedo defendeu sua conduta, alegando que não agiu com má-fé e seguiu todas as formalidades necessárias.