A Antártida, antes considerada um continente remoto e estável, está passando por mudanças climáticas alarmantes que podem afetar todo o planeta. Cientistas, incluindo Nerilie Abram, da Divisão Antártica Australiana, destacam que o gelo marinho está encolhendo rapidamente e as correntes oceânicas vitais estão desacelerando, com consequências diretas para o nível do mar e ecossistemas. Essas transformações, que já estão em andamento, devem se intensificar nas próximas décadas, colocando em risco milhões de pessoas que vivem em áreas costeiras.
As alterações climáticas na Antártida são caracterizadas por mudanças abruptas que ocorrem mais rapidamente do que o esperado. O derretimento do gelo marinho, por exemplo, permite que os oceanos absorvam mais calor, acelerando ainda mais o degelo e comprometendo a vida marinha. Além disso, a desaceleração das correntes oceânicas profundas pode reduzir a disponibilidade de oxigênio e nutrientes nos oceanos, impactando ecossistemas essenciais para a regulação climática global.
As camadas de gelo da Antártida Ocidental estão perdendo massa a uma taxa alarmante, com implicações diretas para cerca de 750 milhões de pessoas em áreas costeiras. A proteção desses ecossistemas exige ação global decisiva para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. As escolhas feitas agora determinarão se enfrentaremos mudanças irreversíveis ou um futuro de resiliência controlada, enfatiza Abram.