Na última sexta-feira (2), um júri da Flórida decidiu que a Tesla deve pagar US$ 243 milhões (equivalente a R$ 1,32 bilhão) às vítimas de um acidente fatal ocorrido em 2019, em que o sistema de piloto automático do Modelo S, conhecido como Autopilot, falhou. O veredicto judicial concluiu que o software de assistência ao motorista apresentava defeitos, embora a Tesla tenha argumentado que a responsabilidade recaía exclusivamente sobre o motorista e anunciou a intenção de recorrer da decisão.
O julgamento é resultado de anos de investigações federais e recalls relacionados a incidentes envolvendo a tecnologia de veículos autônomos da empresa. A decisão surge em um momento crítico, pois o CEO Elon Musk busca aprovação regulatória para expandir rapidamente o serviço de robotáxi nos Estados Unidos, uma iniciativa que pode ser prejudicada pela condenação e que levanta preocupações sobre a segurança da tecnologia da Tesla.
Especialistas jurídicos e investidores alertam que a Tesla pode enfrentar dificuldades em convencer os órgãos reguladores de que sua tecnologia está pronta para as estradas, o que ameaça o objetivo de Musk de disponibilizar robotáxis para metade da população americana até o final do ano. A confiança do público e dos reguladores é considerada essencial para o sucesso da empresa no setor de direção autônoma, especialmente em um momento em que a demanda por seus veículos elétricos enfrenta desafios devido à crescente concorrência e a controvérsias em torno das opiniões políticas de Musk.
O Autopilot, que controla a velocidade e a centralização do veículo em rodovias, e o software de direção autônoma total (FSD), que opera em vias urbanas, são fundamentais para a avaliação de mercado da Tesla, que depende de suas inovações em robótica e inteligência artificial. A recente condenação pode impactar negativamente a percepção pública sobre a segurança dos produtos da empresa e suas futuras operações no setor de mobilidade.