A menopausa precoce, que ocorre antes dos 40 anos, afeta aproximadamente uma em cada dez mulheres e está associada a riscos ampliados de osteoporose, problemas cardiovasculares, declínio cognitivo e ganho de peso. O médico Fernando França, idealizador do Movimento Longevidade Brasil, defende que a reposição hormonal deve ser iniciada logo no início da falência ovariana, sendo uma medida preventiva de impacto profundo na saúde feminina. Segundo França, a terapia hormonal, quando bem indicada e monitorada, reduz riscos cardiovasculares, preserva massa óssea e melhora a qualidade do sono e da vida sexual. Ele enfatiza que o tratamento deve ser personalizado, ajustado conforme o histórico clínico e as necessidades individuais de cada mulher.
França destaca que o início rápido do tratamento é estratégico para prevenir o envelhecimento acelerado do organismo. Esse período inicial é conhecido como “janela de oportunidade”, onde o corpo responde de forma mais eficaz à reposição hormonal. Estudos recentes mostram que a terapia iniciada nesse momento oferece maior proteção vascular e óssea, além de reduzir as chances de efeitos adversos em tratamentos tardios. A proposta do médico vai além do controle dos sintomas da menopausa, buscando preservar funções vitais e proteger contra doenças que podem se manifestar precocemente.
A relevância do tema é ainda maior em um país onde a expectativa de vida feminina ultrapassa os 80 anos, segundo o IBGE. França argumenta que a medicina da longevidade deve ser vista como uma política preventiva, capaz de diminuir o impacto das doenças crônicas no sistema de saúde e melhorar a qualidade de vida da população. Discutir a menopausa precoce é também discutir o futuro das mulheres e da sociedade diante do envelhecimento populacional.