Durante sua visita ao Brasil, o renomado escritor de ficção científica Ted Chiang expressou preocupações sobre os impactos da Inteligência Artificial generativa na educação das crianças. Ele destacou que, embora a tecnologia ofereça soluções rápidas, isso pode criar a ilusão de aprendizado sem esforço, comprometendo habilidades fundamentais como o pensamento crítico. Chiang argumenta que o processo educacional é inerentemente desafiador e que a facilidade proporcionada pela IA pode impedir um aprendizado verdadeiro.
Além de suas preocupações sobre a superficialidade do aprendizado, Chiang também mencionou outros efeitos negativos da IA, como a sobrecarga de informações irrelevantes e o alto consumo de energia para treinar modelos. Ele acredita que, embora a abundância de conteúdo não seja nova, a IA amplifica essa situação, dificultando a identificação de informações realmente relevantes. O autor alerta que a terceirização do esforço cognitivo pode se tornar uma tendência perigosa, onde as crianças são levadas a acreditar que aprender é fácil.
Por outro lado, especialistas como Diogo França, diretor da XP Educação, ressaltam o potencial transformador da IA na educação. Ele argumenta que a tecnologia pode personalizar o ensino e ampliar o acesso ao conhecimento, desde que utilizada de forma responsável. A visão de Chiang serve como um contraponto importante em um cenário onde a IA é frequentemente celebrada sem críticas, reforçando a necessidade de inovação acompanhada de responsabilidade na educação.