As taxas futuras de juros no Brasil apresentaram queda nesta sexta-feira, 22 de agosto de 2025, em resposta ao discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. Embora Powell não tenha confirmado um corte de juros em setembro durante o Simpósio de Jackson Hole, suas declarações foram interpretadas pelo mercado como um indicativo de que essa medida pode estar próxima. A curva a termo registrou recuos em todos os vértices, com o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 caindo de 14,086% para 13,955%.
A economista-chefe da Mirae Asset, Marianna Costa, destacou que o dia foi atípico no mercado, com um volume melhor e ajustes relevantes nas posições dos investidores. A relação entre a política monetária dos EUA e do Brasil não é direta, mas um cenário de juros mais baixos nos EUA tende a favorecer a valorização do real, o que pode acelerar a descompressão da inflação no Brasil. Economistas como André Diniz, da Kinea Investimentos, afirmam que o ambiente mais favorável nos EUA pode influenciar a trajetória da política monetária brasileira, embora não seja uma mudança decisiva.
O Banco Central brasileiro pode iniciar um ciclo de redução da Selic em dezembro, com um corte esperado de 0,5 ponto porcentual. A semana foi marcada por incertezas políticas nos EUA e pela divulgação de pesquisas que mostraram melhora na avaliação do governo Lula. Na próxima semana, o mercado estará atento a dados econômicos importantes, como o IPCA-15 e o IGP-M, além da inflação nos EUA, que podem impactar ainda mais as expectativas sobre a política monetária.