As taxas dos Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam em forte alta nesta terça-feira, refletindo a crescente preocupação do mercado com o impasse comercial entre Brasil e Estados Unidos. A taxa do DI para janeiro de 2027 subiu para 14,12%, em comparação ao ajuste anterior de 13,953%. A decisão do ministro Flávio Dino, que impede a aplicação de leis estrangeiras sobre cidadãos brasileiros, intensificou os riscos percebidos pelos investidores, elevando os prêmios de risco do país.
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta dificuldades nas negociações com Washington, especialmente em relação à tarifa de 50% imposta sobre produtos brasileiros. A determinação de Dino, que protege cidadãos brasileiros de sanções estrangeiras, pode ter fechado ainda mais o espaço para diálogo, levando a um aumento das incertezas no mercado. A situação é agravada pela expectativa de uma postura agressiva do Federal Reserve em relação à inflação, que pode impactar as projeções de juros nos EUA.
Com o simpósio econômico de Jackson Hole se aproximando, os investidores estão cautelosos e monitoram atentamente as declarações do chair do Fed, Jerome Powell. A possibilidade de cortes nas taxas de juros nos EUA está sendo precificada, mas um discurso firme contra a inflação pode alterar essas expectativas. O cenário atual sugere que o Brasil deve se preparar para um ambiente econômico desafiador, com riscos elevados sobre seus ativos.