As taxas dos Depósitos Interfinanceiros (DIs) no Brasil recuaram pela segunda sessão consecutiva nesta segunda-feira, acompanhando a tendência dos rendimentos dos Treasuries. O movimento ocorre em meio a apostas crescentes de que o Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos poderá reduzir a taxa de juros em sua próxima reunião, marcada para setembro. No final da tarde, a taxa do DI para janeiro de 2027 foi ajustada para 14,16%, enquanto a taxa para janeiro de 2028 caiu para 13,44%.
Os contratos de longo prazo também apresentaram quedas significativas, com a taxa para janeiro de 2031 em 13,56% e a de janeiro de 2033 em 13,69%. O cenário foi influenciado por dados de emprego fracos nos EUA, que mostraram uma criação de postos de trabalho abaixo do esperado em julho, levando os investidores a reavaliarem suas projeções sobre a política monetária do Fed. Atualmente, há mais de 90% de chance de um corte de 0,25 ponto percentual na taxa já na próxima reunião do banco central americano.
Além disso, a recente renúncia da diretora do Fed, Adriana Kugler, que permitirá ao presidente Donald Trump nomear um novo membro alinhado com a política de cortes de juros, reforçou as expectativas de afrouxamento monetário. Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital, destacou que a queda nas taxas de juros está diretamente relacionada ao desempenho dos Treasuries e à expectativa de cortes nos EUA.
No cenário nacional, o impasse comercial entre Brasil e EUA continua a ser um ponto de atenção, especialmente após a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros por Trump. Apesar das isenções anunciadas, que ajudaram na recuperação de ativos brasileiros, a incerteza persiste, com o governo brasileiro buscando negociações para evitar a taxação de produtos essenciais. Bergallo ressaltou que ainda há muitas incertezas sobre os próximos passos dessa situação.