As taxas do Depósito Interfinanceiro (DI) no Brasil apresentaram uma queda significativa nesta sexta-feira, 4 de agosto, em resposta aos dados decepcionantes do mercado de trabalho dos Estados Unidos. O relatório payroll revelou a criação de apenas 73.000 novas vagas de emprego fora do setor agrícola em julho, muito abaixo da expectativa de 110.000, o que gerou preocupações sobre a saúde da economia americana e elevou as apostas de cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed).
Em reação aos dados, a taxa do DI para janeiro de 2027 caiu para 14,2%, uma redução de 15 pontos-base em relação ao ajuste anterior. A taxa para janeiro de 2028 também apresentou queda, marcando 13,515%. Os contratos de longo prazo seguiram a tendência, com a taxa para janeiro de 2031 em 13,67% e para janeiro de 2033 em 13,78%.
Além dos dados do payroll, a imposição de tarifas elevadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, a diversos parceiros comerciais, incluindo o Brasil, não teve o impacto esperado nos mercados, que foram dominados pelas repercussões do relatório de emprego. O mercado de juros no Brasil reagiu rapidamente, com economistas prevendo cortes na Selic já em 2025, refletindo a expectativa de um cenário econômico mais favorável.
Os rendimentos dos Treasuries também caíram, com o rendimento do título de dez anos despencando 14 pontos-base, o que reforçou a tendência de queda nas taxas de juros no Brasil. Especialistas, como Christian Iarussi, da The Hill Capital, destacam que os movimentos nos mercados refletem diretamente as incertezas sobre a política monetária dos EUA e suas implicações globais.