A imposição de tarifas adicionais de até 50% pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros pode impactar significativamente a economia do Brasil, segundo um estudo da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). A medida, que entra em vigor hoje, pode resultar em uma redução de R$ 25,8 bilhões no PIB nacional no curto prazo e até R$ 110 bilhões a longo prazo, além de afetar 146 mil postos de trabalho formais e informais.
Os setores mais atingidos incluem siderurgia, fabricação de produtos de madeira, calçados e máquinas e equipamentos mecânicos. A agropecuária também sofrerá impactos, especialmente a cadeia da carne bovina, que não está isenta das novas tarifas. A Fiemg estima que 55% das exportações brasileiras para os EUA serão afetadas, após isenções de cerca de 700 produtos.
Minas Gerais, o terceiro maior Estado exportador para os EUA, com exportações de US$ 4,6 bilhões em 2024, também enfrentará perdas significativas. O Estado terá 37% de suas exportações isentas, mas 63% ainda estarão sujeitas às tarifas, o que pode resultar em uma perda de R$ 4,7 bilhões no PIB estadual e a eliminação de mais de 30 mil empregos em até dois anos.
O presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, ressaltou a importância do diálogo institucional e da ação diplomática do Brasil para ampliar o número de produtos isentos e proteger a competitividade nacional. A medida, embora suavizada por algumas isenções, foi imposta de forma unilateral e sem negociação prévia com o governo brasileiro.