A partir desta quarta-feira (6), o governo dos Estados Unidos implementa tarifas de até 50% sobre cerca de 3,8 mil produtos brasileiros, afetando principalmente o setor agropecuário. A medida, anunciada pelo ex-presidente Donald Trump, representa um impacto significativo nas relações comerciais entre Brasil e EUA, que vinham se consolidando ao longo da última década.
Apesar da exclusão de 694 produtos, como suco de laranja e fertilizantes, que representam 45% das exportações brasileiras para os EUA, o Ministério da Agricultura estima que o agronegócio brasileiro pode perder até US$ 5,8 bilhões em receitas neste ano. O crescimento das exportações brasileiras, que alcançaram US$ 12,08 bilhões em 2023, agora enfrenta um cenário desafiador com o aumento das tarifas, que pode inviabilizar a competitividade de diversos produtos.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) alerta que a medida ocorre em um momento crítico, quando o agronegócio brasileiro se consolidava como fornecedor estratégico para o mercado americano. A capacidade de adaptação do setor e a busca por novos mercados serão fundamentais para determinar o futuro das exportações brasileiras, especialmente em um contexto onde o setor florestal, que lidera as exportações com US$ 29 bilhões, também está sob ameaça.
O governo brasileiro e representantes do empresariado já estão avaliando possíveis respostas à nova política tarifária. A forma como o Brasil reagirá a essa situação poderá definir se 2025 será um ano de reconfiguração nas relações comerciais agrícolas entre os dois países ou apenas uma inflexão temporária.