As novas tarifas de 50% impostas pelo governo de Donald Trump sobre produtos brasileiros entram em vigor nesta quarta-feira (6), aumentando a tensão nos mercados financeiros. A medida, que pode impactar a economia brasileira a longo prazo, altera a dinâmica da inflação e as expectativas de juros, afetando diretamente os investimentos no país. Corretoras e bancos já começaram a revisar suas estratégias para agosto, considerando esse novo cenário e outros fatores locais.
De acordo com um relatório da equipe de research em renda fixa do Itaú BBA, a aversão ao risco aumentou com o anúncio das tarifas, resultando na saída de recursos e no aumento do prêmio de risco exigido pelos investidores. A XP Investimentos também destacou que a curva de juros reflete uma maior aversão ao risco, influenciada pela incerteza em relação às eleições de 2026 e o impacto das tarifas sobre as exportações brasileiras.
No segmento de renda fixa, o Itaú BBA recomenda títulos prefixados com prazo de cerca de três anos e títulos IPCA+ com prazos a partir de cinco anos como alternativas para capturar o processo de desinflação previsto. A XP, por sua vez, combina títulos públicos e crédito privado em sua carteira, sugerindo uma exposição máxima de 5% em um único emissor e 20% em crédito privado, ajustável conforme os objetivos de cada investidor.
No mercado de ações, a equipe de equity research do BTG Pactual observa que a incerteza política e as taxas de juros elevadas podem ter diminuído o apetite dos investidores por ativos brasileiros. Apesar disso, o BTG Pactual e outras corretoras mantiveram o Itaú (ITUB4) em suas carteiras recomendadas, destacando sua resiliência em meio ao cenário desafiador.