O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a imposição de tarifas de importação de 50% sobre produtos do Brasil e da Índia, em uma tentativa de pressionar ambos os países. Essa medida, que visa punir a Índia por suas compras de petróleo russo e o Brasil por questões políticas internas, pode acabar fortalecendo a união entre os membros do Brics, que incluem também China e África do Sul. Especialistas afirmam que as tarifas criam um incentivo para que os países do bloco reduzam sua dependência dos EUA e ampliem acordos comerciais bilaterais.
Desde o início de seu mandato, Trump tem ameaçado aplicar punições adicionais a nações que se alinhem com o que ele considera “políticas antiamericanas”, referindo-se ao crescente desafio que o Brics representa ao domínio global dos EUA. A resposta conjunta dos países do Brics às tarifas de Trump está se concretizando com a expansão de acordos comerciais em moedas nacionais e um aumento nas compras de ouro pelos bancos centrais do bloco. Essa movimentação sinaliza um desejo coletivo de diminuir a influência do dólar americano nas economias locais.
Além disso, a recente aproximação entre Índia e China, impulsionada pelas tarifas americanas, pode resultar em um fortalecimento das relações comerciais entre os dois países. A realização de uma cúpula da Organização para Cooperação de Xangai em Tianjin, na China, com a presença dos líderes indiano e russo, também indica uma nova fase de cooperação entre os membros do Brics. As ações de Trump podem estar inadvertidamente unindo países com interesses divergentes em um bloco mais coeso, desafiando assim a hegemonia americana no cenário global.
