As tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos, sob a administração do presidente Donald Trump, começaram a valer a partir das 1h01 (horário de Brasília) desta quarta-feira, 6 de agosto de 2025. A medida, que inclui uma alíquota geral de 10% mais uma taxa adicional de 40%, visa aumentar os custos das exportações brasileiras para o mercado norte-americano.
Embora a nova tarifa impacte significativamente o comércio bilateral, 694 produtos brasileiros foram isentos da cobrança total, representando 43% das exportações do Brasil para os EUA em 2024. Itens como peças de avião e suco de laranja permanecerão sujeitos apenas à taxa original de 10%. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) informou que as mercadorias enviadas até 5 de agosto estarão isentas da tarifa adicional, com prazo até 5 de outubro de 2025 para entrada nos Estados Unidos.
A decisão de Trump foi respaldada por um relatório do USTR (United States Trade Representative), que apontou as altas barreiras comerciais do Brasil como um fator que gera um impacto de US$ 8 bilhões anuais contra os EUA. No entanto, o presidente norte-americano cometeu um equívoco ao afirmar que a relação comercial era deficitária, uma vez que o Brasil compra mais do que vende para os Estados Unidos.
Além das questões econômicas, a aplicação das tarifas também está ligada a fatores políticos, incluindo o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF). Trump criticou o tratamento dado a Bolsonaro, considerando-o uma "vergonha internacional" e comparando a situação a uma "caça às bruxas". O governo Lula responsabiliza Bolsonaro pela imposição das tarifas, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, expressando críticas à medida.