As tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros começam a valer nesta quarta-feira, 6 de agosto. A medida, anunciada na semana passada, afeta principalmente itens do agronegócio, como soja, carnes e açúcar, enquanto isenta produtos como petróleo e suco de laranja. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) estima que o setor agropecuário pode sofrer um prejuízo anual superior a US$ 5 bilhões devido à nova alíquota.
As exportações brasileiras para os Estados Unidos totalizaram cerca de US$ 35 bilhões nos últimos 12 meses até julho, com os produtos afetados pelas tarifas representando mais de um terço desse valor. A expectativa é que as empresas brasileiras percam competitividade e redirecionem parte de sua produção para outros mercados. O governo brasileiro ainda avalia a possibilidade de recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC), mas não há previsão de ações imediatas.
Os mercados reagiram de forma moderada à nova realidade. Na terça-feira, o dólar à vista subiu 0,15%, cotado a R$ 5,508, enquanto o Ibovespa fechou com leve alta de 0,14%, a 133.151 pontos. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil adotou um tom conciliatório, afirmando que buscará um "diálogo construtivo" com os EUA. A ausência de uma resposta imediata do governo brasileiro tem contribuído para a cautela dos investidores, que aguardam desdobramentos sobre o impacto das tarifas nas exportações e na economia nacional.