Um estudo da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) revela que, apesar do recuo de Donald Trump sobre a tarifa de 50% aplicada a produtos brasileiros, 85% das exportações da indústria gaúcha para os Estados Unidos ainda estarão sujeitas a essa taxa. A Fiergs estima uma perda de R$ 1,5 bilhão para o próximo ano, uma redução em relação à projeção anterior de R$ 1,9 bilhão, posicionando o Rio Grande do Sul como o segundo estado mais afetado, atrás de São Paulo.
O estudo também indica que mais de 140 mil trabalhadores estão empregados em setores impactados pelas novas tarifas, com uma estimativa de 20 mil postos de trabalho em risco. O decreto assinado por Trump, que entra em vigor em 6 de agosto, impõe uma tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros, elevando o total para 50%, embora quase 700 itens tenham sido isentos dessa cobrança.
O governador Eduardo Leite (PSD) anunciou a criação de uma linha de crédito especial de R$ 100 milhões, com juros subsidiados, para apoiar as empresas gaúchas na manutenção de sua competitividade e na preservação de empregos. Entre os setores mais afetados estão armas de fogo, tabaco, madeira e móveis, que dependem fortemente do mercado americano.
Por outro lado, produtos como suco de laranja, combustíveis e aeronaves conseguiram escapar da nova tarifa, o que é crucial para a Embraer e outras montadoras brasileiras. A isenção desses itens é vista como uma medida que evita a ruptura de contratos internacionais e protege empregos qualificados no Brasil.