Mais de 2 mil toneladas de mel brasileiro estão paradas desde 9 de julho, quando o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou um aumento tarifário sobre produtos brasileiros. A Associação Brasileira dos Exportadores de Mel (Abemel) informou que as exportações do produto caíram cerca de 50% em agosto, preocupando produtores e exportadores, uma vez que os Estados Unidos são historicamente o principal mercado para o mel brasileiro, representando cerca de 80% das vendas externas nos últimos anos.
Renato Azevedo, presidente da Abemel, destacou que a maioria dos apicultores no Brasil é composta por agricultores familiares, o que compromete a renda de milhares de famílias. Com a queda nas vendas para os EUA, o setor enfrenta o desafio de buscar novos mercados ou redirecionar o produto para o consumo interno, uma tarefa complicada devido às diferentes exigências de qualidade de cada país.
Azevedo também observou que o mel orgânico brasileiro, que é preferido por empresas norte-americanas, pode ter uma queda menor nas exportações, permitindo negociações para evitar uma interrupção total. No entanto, a exportação de mel convencional se tornará inviável devido à concorrência de outros países, como Argentina e Uruguai. A situação é agravada pela necessidade de certificações rigorosas para exportação, especialmente para o mercado europeu, que impôs novas regras nos últimos anos.