O Rio Grande do Norte enfrenta uma crise nas exportações de sal marinho e atum devido a uma nova sobretaxa de 50% imposta pelos Estados Unidos. O presidente do Sindicato da Indústria de Extração do Sal do RN, Airton Torres, alertou que a medida inviabiliza o envio de aproximadamente 550 mil toneladas de sal por ano, uma vez que 47% das exportações do setor têm como destino o mercado americano.
Com a produção de 98% do sal marinho brasileiro, o estado corre o risco de perder cerca de 4 mil empregos diretos se novas rotas de exportação não forem estabelecidas. Torres destacou que o sal, sendo um produto de baixo valor, não consegue competir em distâncias maiores, o que agrava a situação.
O setor pesqueiro também está em alerta, uma vez que 80% do atum pescado por embarcações potiguares é destinado aos Estados Unidos. Atualmente, o estado exporta cerca de 3 mil toneladas de atum por ano, mas a nova taxa pode levar à paralisação das atividades pesqueiras, resultando na perda de mais de 1.500 empregos, segundo Arimar França Filho, presidente do Sindipesca-RN.
Em resposta à crise, o governo do Rio Grande do Norte anunciou incentivos fiscais para as empresas que exportam para os Estados Unidos, com o objetivo de mitigar as perdas, que podem chegar a US$ 100 milhões por ano. Roberto Serquiz, presidente da FIERN, ressaltou a necessidade urgente de revisar essa realidade para proteger a economia local.