Goiânia – A Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) e o Instituto Mauro Borges (IMB) alertaram que o novo tarifaço dos Estados Unidos, que entrará em vigor em 7 de agosto, pode impactar a economia goiana em mais de R$ 1,4 bilhão. A medida afeta diretamente as exportações do estado, especialmente a carne bovina, que já registrou uma queda de 67% nas vendas desde abril. O estudo aponta que a perda de competitividade pode levar à suspensão de embarques e retração do PIB estadual.
Em 2024, Goiás exportou US$ 408,5 milhões para os EUA, que se tornaram o terceiro maior destino das vendas externas do estado, representando 3,3% do total. Os principais produtos exportados incluem carne bovina desossada congelada e ferroníquel, todos sujeitos a uma taxa de 50%. A nova tarifa pode resultar em uma redução das exportações goianas em R$ 553,8 milhões até 2025, com um impacto significativo na indústria de carnes.
Além dos efeitos diretos, a Fieg estima que os impactos indiretos podem alcançar R$ 802,75 milhões, afetando setores como pecuária, agricultura, comércio e transporte. A suspensão das vendas externas pode aumentar a oferta interna de carne e açúcar, pressionando os preços e gerando desarranjos financeiros nas agroindústrias, o que ameaça a manutenção de empregos no setor.
O IMB projeta que, somando os efeitos diretos e indiretos, o tarifaço pode reduzir o PIB de Goiás em R$ 1,36 bilhão, equivalente a 0,36% do total. Mesmo com a isenção de alguns produtos, a tarifa sobre carnes e açúcar continua a ser um fator crítico para a economia do estado, que enfrenta desafios significativos diante dessa nova realidade comercial.