A tarifa de importação de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros começa a valer nesta quarta-feira, 6 de setembro de 2025. A medida, que afeta aproximadamente 35% das exportações brasileiras para os EUA, é resultado de uma escalada comercial que se intensificou ao longo do ano, envolvendo questões econômicas e políticas. Desde o aumento inicial sobre ferro e aço em fevereiro até a divulgação de uma lista de 694 itens isentos em julho, a disputa culminou em um impasse diplomático que impacta setores estratégicos da indústria e do agronegócio.
Embora a extensa lista de exceções tenha atenuado os efeitos da tarifa, a tensão política entre os dois países se agravou, especialmente após a imposição de sanções dos EUA contra o ministro Alexandre de Moraes. Especialistas alertam que essa situação dificulta as negociações entre o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente americano Donald Trump. O aumento das tarifas é visto como uma retaliação a políticas internas brasileiras, o que gerou pressão em Brasília para buscar um diálogo.
A escalada tarifária começou em fevereiro com uma taxa de 25% sobre ferro e aço, seguida por uma tarifa recíproca de 10% em abril. Em maio, a tarifa sobre ferro e aço foi elevada para 50%, e em julho, Trump anunciou a aplicação da tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros. A situação se agravou ainda mais com a suspensão de vistos de ministros do STF e a aplicação da Lei Magnitsky contra Moraes, o que foi interpretado como uma tentativa de interferência em assuntos internos do Brasil. A confirmação da tarifa e a lista de produtos isentos, que inclui setores responsáveis por mais de 40% do valor exportado pelo Brasil aos EUA, indicam que a alíquota média efetiva foi reduzida para cerca de 30%.