Nesta quarta-feira, 6 de setembro, a tarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros entrou em vigor, gerando apreensão no mercado financeiro. O dólar iniciou o dia em leve queda, cotado a R$ 5,5043, enquanto o Ibovespa aguarda a abertura às 10h. A medida foi anunciada na semana passada e, segundo a Casa Branca, visa responder a ações do governo brasileiro que seriam consideradas ameaças à segurança nacional dos EUA.
Além do impacto imediato das tarifas, o mercado observa com atenção a situação política no Brasil, especialmente após a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, decretada pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes. A prisão levanta preocupações sobre possíveis retaliações por parte de Trump, que já havia defendido Bolsonaro em diversas ocasiões, caracterizando o julgamento do ex-presidente como uma "caça às bruxas".
O governo brasileiro, por meio do Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex), já aprovou a consulta à Organização Mundial do Comércio (OMC) para contestar as tarifas. O vice-presidente Geraldo Alckmin informou que a decisão agora cabe ao presidente Lula, que determinará a forma e o momento da ação. A expectativa é que essa consulta seja o primeiro passo em um processo formal de contestação.
Em meio a essa turbulência, o mercado aguarda a divulgação da balança comercial de julho, que deve apresentar um superávit de R$ 6 bilhões, e analisa como as novas tarifas podem afetar as relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos. A semana também promete trazer novos dados econômicos relevantes, além de falas de dirigentes do Federal Reserve, o banco central dos EUA.