A partir desta quarta-feira (6), os Estados Unidos impõem uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, afetando especialmente micro e pequenas empresas. Segundo o Sebrae, essas empresas representam 40% do total de exportadores no Brasil e já enfrentam dificuldades, como pedidos suspensos e negociações travadas. O impacto é mais acentuado para aqueles com menor margem de lucro.
Em Vinhedo (SP), Gustavo Aquino, da Sabor das Índias, relatou que um de seus principais compradores americanos suspendeu encomendas, levando-o a reduzir compras e adiar investimentos. A empresa, que exportou 17,3% de sua produção no primeiro semestre de 2023 para os EUA, já começou a renegociar preços devido à incerteza do mercado.
Raquel Meirelles, produtora de cafés especiais em Minas Gerais, também expressou preocupação. Com a exportação de cerca de 500 sacas de café por ano para os EUA, ela aguarda ansiosamente o impacto da tarifa, temendo que mudanças na rota de envio encareçam ainda mais o produto. Outros empresários, como Nelson Silva, da marca de moda praia BANNANNA, preveem uma queda nas vendas internacionais, com muitos clientes desistindo devido ao aumento de custos.
Apesar das dificuldades, alguns produtores, como Sérgio Lange, acreditam que o Brasil deve focar mais no mercado interno, buscando alternativas para se adaptar à nova realidade. Atualmente, o Brasil conta com 11,4 mil micro e pequenas empresas exportadoras, que movimentam cerca de US$ 2,6 bilhões por ano, segundo o Sebrae.