A partir desta quarta-feira, 50% das exportações brasileiras para os Estados Unidos estarão sujeitas a uma nova tarifa de importação, conforme anunciado pelo presidente Donald Trump em 9 de julho. Embora quase 700 produtos tenham sido isentos, cerca de metade das exportações do Brasil será afetada, especialmente nas áreas agrícola e pecuária. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, planeja se reunir com o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, na próxima semana, na esperança de renegociar as condições.
A decisão de Trump ocorre em um contexto de tensões políticas, exacerbadas pela recente prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, que levou o governo americano a criticar publicamente o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, por supostas violações de direitos humanos. A nova tarifa impactará diretamente produtos como café e carne bovina, com o café brasileiro, que representa um terço do consumo americano, enfrentando uma sobretaxa de 50%. Isso poderá elevar os preços para os consumidores americanos e afetar os exportadores brasileiros.
Além do café, a carne bovina brasileira também será severamente impactada, com tarifas que podem chegar a 76,5%. A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) estima que as exportações para os EUA, que deveriam totalizar US$ 1 bilhão no segundo semestre, sejam inviabilizadas. A expectativa era de que os embarques dobrassem, consolidando os Estados Unidos como o segundo maior importador da carne bovina brasileira, atrás apenas da China.
Os exportadores brasileiros estão se mobilizando para demonstrar ao governo dos EUA que o café brasileiro não prejudica o emprego americano, mas sim contribui para a economia local. Um estudo da National Coffee Association revela que cada US$ 1 importado de café gera US$ 43 na economia dos EUA, sustentando 2,2 milhões de empregos e representando 1,2% do PIB do país.