A nova tarifa de até 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros entra em vigor nesta terça-feira (6) e promete causar sérios impactos na economia do Rio de Janeiro, que é o segundo maior parceiro comercial americano no Brasil. De acordo com a Federação das Indústrias do RJ (Firjan), 60% das empresas fluminenses afetadas pela medida expressam preocupação com a redução nas vendas, e 42% admitem a possibilidade de demissões.
Cidades fluminenses como Petrópolis, Duque de Caxias, São João da Barra e Macaé, que dependem das exportações para os EUA, estão entre as mais afetadas. Em 2024, as exportações do estado para o mercado americano totalizaram US$ 7,4 bilhões, conforme levantamento da Firjan. Empresários locais, como Rafael Barata, diretor de uma empresa de pescados, relatam que os custos com frete aéreo aumentaram significativamente na tentativa de embarcar mercadorias antes da implementação da tarifa.
Na serra fluminense, a indústria da moda também enfrenta desafios. Déspina Filios, proprietária de uma confecção em Petrópolis, afirma que a tarifa inviabiliza o negócio e que os preços dos produtos terão que ser ajustados, o que pode resultar em queda nas vendas. Luiz Césio Caetano, presidente da Firjan, destaca que as pequenas empresas serão as mais penalizadas, pois não possuem estrutura para reagir rapidamente à nova realidade.
Para mitigar os danos, a Firjan está organizando uma missão empresarial a Washington, em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), com o objetivo de negociar diretamente com empresas e associações norte-americanas. A situação é alarmante, pois o impacto da tarifa atinge toda a cadeia produtiva, desde pescadores até distribuidores, ameaçando a sustentabilidade de diversos setores da economia fluminense.