Após 125 anos considerado extinto, o tacaé-do-sul, uma ave não voadora e símbolo ancestral da Nova Zelândia, protagoniza um dos mais impressionantes capítulos da história da conservação ambiental. Em uma cerimônia carregada de significado espiritual, 18 tacaés foram libertados no Vale de Greenstone, na Ilha Sul, marcando o retorno da espécie ao seu habitat natural e elevando a população total para mais de 500 indivíduos.
Esse feito é resultado de mais de 70 anos de esforços coordenados entre cientistas, ambientalistas e comunidades indígenas. Desde sua redescoberta em 1948, o tacaé-do-sul passou a ser alvo de programas intensivos de reprodução em cativeiro e controle rigoroso de predadores invasores. Segundo Deidre Vercoe, diretora do projeto Takahē Recovery, o controle de predadores foi essencial para garantir a segurança dos ninhos no solo.
O retorno do tacaé-do-sul representa mais do que uma vitória ambiental; é uma reconexão com a herança espiritual do povo Ngāi Tahu. As penas da ave são consideradas taonga (tesouros) e carregam significados profundos na tradição maori. Com o apoio humano, essa espécie tem a chance de continuar sua jornada evolutiva como um símbolo vivo de resiliência e esperança.