O câncer de pulmão continua a ser uma das doenças mais letais no Brasil, ocupando o quarto lugar em incidência entre os tipos de câncer, atrás apenas dos tumores de mama, próstata e colorretal. Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) indicam que, entre 2023 e 2025, o país deve registrar cerca de 32 mil novos diagnósticos por ano, representando 7,5% dos casos em homens e 6% em mulheres. O pneumologista Matheus Rabahi alerta que o tabagismo é o principal fator de risco, associado a 85% dos casos diagnosticados.
Rabahi enfatiza que fumar, seja cigarro industrializado, de palha, narguilé ou eletrônico, expõe os pulmões a substâncias tóxicas e cancerígenas. Os primeiros sinais da doença muitas vezes são confundidos com doenças respiratórias comuns, atrasando o diagnóstico. “Tosse persistente, presença de sangue no escarro e falta de ar progressiva são sintomas que exigem consulta médica imediata”, orienta o especialista. Apenas 15% dos casos são descobertos em estágio inicial, mas a tomografia de baixa dose pode reduzir a mortalidade em até 20%.
Apesar dos avanços nos tratamentos disponíveis, como imunoterapia e terapias personalizadas, a prevenção continua sendo a melhor estratégia. Rabahi destaca que o risco de câncer de pulmão diminui logo após parar de fumar e pode se aproximar do de não fumantes em até 20 anos. A campanha Agosto Branco visa conscientizar a população sobre os riscos do tabagismo e a importância do diagnóstico precoce, reforçando que cuidar da saúde pulmonar é essencial para o futuro.