A partir de 15 de agosto de 2025, o Ministério da Saúde do Brasil implementa o teste de biologia molecular DNA-HPV pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para rastreamento do câncer de colo do útero. Essa tecnologia inovadora é capaz de detectar 14 genótipos do papilomavírus humano (HPV), identificando a presença do vírus antes que lesões ou câncer se desenvolvam, mesmo em mulheres assintomáticas. Além de aumentar a sensibilidade diagnóstica, o novo teste permite intervalos maiores entre as coletas, reduzindo a necessidade de exames desnecessários.
O teste, desenvolvido pelo Instituto de Biologia Molecular do Paraná e vinculado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), substituirá o exame citopatológico tradicional, conhecido como papanicolau, que será utilizado apenas para confirmação em casos positivos. Inicialmente, a tecnologia será disponibilizada em estados como Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, com a meta de alcançar todo o território nacional até dezembro de 2026, beneficiando anualmente cerca de 7 milhões de mulheres entre 25 e 64 anos.
Considerado um marco na saúde da mulher, o novo modelo de rastreamento é respaldado por dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), que recomenda a testagem de HPV como padrão ouro para a detecção precoce do câncer cervical. O câncer do colo do útero é uma das principais causas de morte entre mulheres no Brasil, especialmente no Nordeste, onde a mortalidade é alarmante. Com essa iniciativa, espera-se não apenas melhorar os índices de detecção, mas também contribuir para a eliminação da doença como problema de saúde pública até 2030.