O Ministério da Saúde do Brasil passou a oferecer, a partir de 15 de agosto, o teste de biologia molecular DNA-HPV pelo Sistema Único de Saúde (SUS), destinado ao rastreamento do câncer de colo do útero. Essa nova tecnologia é capaz de detectar 14 genótipos do HPV, permitindo a identificação do vírus antes que lesões ou câncer se desenvolvam, mesmo em mulheres assintomáticas. O teste promete maior sensibilidade diagnóstica e reduz a necessidade de exames e intervenções desnecessárias, com intervalos de rastreamento ampliados para até cinco anos quando o resultado é negativo.
A implementação do teste ocorrerá inicialmente em 2024, após avaliação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), que reconheceu sua precisão superior em comparação ao exame citopatológico tradicional. A tecnologia, totalmente nacional e desenvolvida pelo Instituto de Biologia Molecular do Paraná, será disponibilizada em estados como Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, entre outros, com o objetivo de garantir acesso equitativo ao rastreamento em áreas remotas. A meta é que até dezembro de 2026, o novo método beneficie anualmente cerca de 7 milhões de mulheres entre 25 e 64 anos.
Considerado um marco para a saúde da mulher no Brasil, o novo modelo de rastreamento é uma resposta à alta incidência do câncer de colo do útero, que é a terceira forma mais comum da doença entre mulheres no país. Dados indicam que o HPV é a principal causa desse câncer, com cerca de 17.000 novos casos estimados anualmente. A testagem é recomendada pela Organização Mundial da Saúde como padrão ouro para a detecção precoce da doença, integrando as estratégias para eliminá-la como problema de saúde pública até 2030.