O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciará, neste segundo semestre, o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de tentar realizar um golpe de Estado após a derrota nas eleições para Luiz Inácio Lula da Silva. A nova fase do processo ganhou destaque na última segunda-feira (4), quando o ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão domiciliar de Bolsonaro, que já cumpria medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e restrições de circulação e comunicação.
A decisão de Moraes foi motivada pelo descumprimento das medidas cautelares, uma vez que Bolsonaro concedeu entrevistas a jornalistas, contrariando a proibição de divulgação de declarações em redes sociais. O ex-presidente se manifestou em eventos públicos, incluindo uma manifestação em Belém, onde sua esposa, Michelle Bolsonaro, participou via videoconferência, e uma ligação feita pelo senador Flávio Bolsonaro durante um ato no Rio de Janeiro.
Além das restrições de comunicação, Bolsonaro também está proibido de se comunicar com seu filho Eduardo, que se encontra nos Estados Unidos e está sob investigação da Polícia Federal. A operação de busca e apreensão realizada pela PF encontrou US$ 14 mil na residência do ex-presidente, no âmbito de um inquérito que investiga a conduta de Eduardo Bolsonaro no exterior.
O principal processo contra Jair Bolsonaro, que se encontra em fase avançada, envolve a acusação de que ele liderou uma trama golpista que resultou nos ataques às sedes dos Poderes em 8 de janeiro de 2023. Caso seja condenado, o ex-presidente e seus aliados poderão enfrentar penas de prisão.